Os dois lados de make nossa de cada dia: autoexpressão e obrigação social.
Boa tarde everyone,
Para o post de hoje vamos
falar de beleza, mas em um papo mais cabeça... (?!)
Você sai de casa sem
maquiagem? Se sente obrigada a ir maquiada para o trabalho mesmo quando não
esta a fim de usar make? Se sente mais bonita ou mais confiante depois de
colocar um belo batom vermelho? Seria tudo isso opressão?
Comecei a usar maquiagem de
verdade, diariamente, logo após o fim do ensino médio, um pouco tarde em
comparação com a maioria das minhas amigas. Nos tempos em que morei em
Massachusetts, não saia de casa sem maquiagem, era um MUST pra mim e realmente
influenciava na minha autoestima e no modo como eu me via. Com o tempo fui
reduzindo na quantidade de make e assumindo um look mais leve e natural, mas
sem deixar os itens básicos de lado, como base e corretivo... Meu namorado é
amável o suficiente para dizer que fico linda de maquiagem, mas que fico ainda
melhor sem e que ele prefere assim (what a sweet boy) hehe...
Embora tenha modificado minhas
técnicas ao longo dos anos, aprendendo alguns truques e entendendo que uma pele
boa é mais eficaz do que uma boa make, sair maquiada ainda é uma necessidade
para mim (nem que seja só um corretivo, pó translucido e delineador).
O site do The New York Times
recentemente postou um debate interessante sobre a maquiagem e seus
efeitos na autoestima das mulheres (acredito que ainda está em aberto), desde
então venho me fazendo essa mesma pergunta: Será que a maquiagem
influencia a autonomia da mulher, tendo a capacidade de melhorar a nossa
aparência, ou isso acontece porque estamos tentando mascarar inseguranças
subjacentes? Será que essa expectativa toda em volta da mulher bem maquiada não
é uma forma de opressão?
Defensores da Maquiagem falam
dos poderes desta “arma feminina”, como melhora o humor e a
autoconfiança, como ela transforma e reanima. Um exemplo é o batom vermelho
clássico, que faz toda diferença na produção e na confiança.
Por falar em batom vermelho: Existe
até um movimento super bacana chamado Red Lips Day que incentiva a mulherada a
usar e abusar do item o quanto quiserem, sem medo de ser feliz, com foco no
empoderamento feminino e na diversão que a make pode trazer para nosso
dia-a-dia... A última “edição” aconteceu no último 17/06 e encheu a net de
selfies em red lips. A mente feminina por trás dessa ideia é a blogueira Renata
Montenegro, do blog Mulher Vitrola, que já levanta a bandeira dos lábios
vermelhos desde 2011...
Outra defensora que sigo e admiro bastante é Fabiana
Gomes, maquiadora da MAC Brasil, que produz semanas de moda nacionais e
internacionais e dá várias dicas de produtos e tendências no seu Instagram.
(@f.a.b.i.a.n.a.g.o.m.e.s). Ela vê a maquiagem não só como ferramenta de trabalho, mas
como aliado no empoderamento feminino.
Já do lado oposto está Phoebe
Baker Hyde, que há alguns anos escreveu um livro sobre como ela passou um ano
sem usar maquiagem. Hyde argumenta que a maquiagem é prejudicial por ser quase
uma obrigação social, funciona como uma máscara, mulheres se sentem obrigadas a
usar a fim de ganhar status profissional e cumprir as normas sociais.( E sim, esse foi mais um livro que só li até a metade).
Livro - The Beauty Experiment.
Ela relata a relação das
mulheres com maquiagem como uma forma de dependência:
"E se ela
perder o emprego, o afeto de seu parceiro, ou a credibilidade do público porque
não vive maquiada, acaba por agregar as perdas a sua aparência".
Okay, Hyde fez um ponto com
esse argumento. Li sobre um estudo que mostra que as mulheres que usam
maquiagem são percebidas como mais competentes, mais femininas e simpáticas, dados
que podem ser associados ao sucesso no trabalho. Tenho que concordar com Hyde
que, em um mundo ideal, a maquiagem NUNCA deve ser vista como um
barômetro para o profissionalismo ou habilidades das mulheres.
No entanto, baseado em minhas
próprias experiências de vida, sempre percebi e associei maquiagem mais como
uma forma de ganhar um impulso na autoconfiança do que uma obrigação social. O momento de me maquiar é um memento só meu,
de alegria e prazer – eu coloco minha lista favorita no Spotify, aumento o
volume, separo os pincéis e os produtos e depois me divirto. Por mais que sempre tenha
trabalhado em lugares que exigiam um certo cuidado com o aparência, por gostar
de moda isso nunca foi um incômodo.
Escolho usar make porque me
sinto bem, sabendo que eu investi na minha auto apresentação. Além disso,
acredito que maquiagem também se agrega à moda e um modo de expressão,
como uma saída para a criatividade.
De todas as liberdades já
conquistadas pelas mulheres, desde o abandono do espartilho até o direito ao
voto, adquirimos força, autossuficiência e opinião própria o suficiente para
decidir se queremos ou não viver maquiadas. É exatamente o oposto do que Hyde
fala no livro sobre ritual forçado de embelezamento. NÃO É OPRESSÃO, E SIM AUTOEXPRESSÃO (pelo menos pra mim).
E você? No seu dia-a-dia, na sua vida profissional, você pode escolher se usa maquiagem ou não? Estar maquiada afeta sua autoestima?